Comício <i>monumental</i> <br>em Coimbra
As Escadarias Monumentais, local de expressão de lutas estudantis, acolheram, no dia 21, um grande comício da Coligação PCP-PEV. Jerónimo de Sousa sublinhou a necessidade de promover a Educação, a Cultura e a Investigação.
O distrito de Coimbra precisa de deputados da CDU
A iniciativa – marcada pela entrega, por Mário Nogueira e João Louceiro, da Fenprof, de 857 assinaturas de professores e educadores que apoiam a Coligação PCP-PEV – começou com a actuação de alguns músicos da Brigada Victor Jara. De seguida foram chamados, por António Moreira, mandatário distrital da Coligação, os candidatos da CDU: Manuel Pires da Rocha, Jorge Seabra, Adelaide Gonçalves, Paulo Coelho, Sérgio Dias Branco, Celeste Duarte, Alfredo Campos, Ana Jorge, António Baião, Fátima Pinhão, Cristina Janica, Aníbal Martins, Ana Grade e Isabel Magalhães.
No palco estiveram ainda Francisco Queirós e José Gil, do Executivo da Direcção da Organização Regional de Coimbra (DORC) do PCP, Hermínio Martins e Inês Carvalho, do Secretariando da DORC, Miguel Martins, da Comissão Executiva Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), Vladimiro Vale, da Comissão Política do Comité Central (CC) do PCP, Alexandre Araújo, do Secretariado do CC do PCP, e Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP.
No período destinado às intervenções políticas, Paulo Coelho, candidato da CDU e membro do PEV, fez o balanço do trabalho dos ecologistas na Assembleia da República, e Manuel Pires da Rocha, cabeça de lista naquele círculo eleitoral, salientou que «o distrito de Coimbra precisa de deputados da CDU», que lutarão «a favor da dignidade, da produção nacional, do ensino público de qualidade, do Serviço Nacional de Saúde, do emprego com direitos, da valorização das reformas e pensões, de 1% do Orçamento do Estado (OE) para a Cultura, dos serviços públicos, e de tudo aquilo que já conseguiu ser conquista da democracia e é hoje campo de batalha».
Educação
Jerónimo de Sousa referiu, por seu lado, que, ao contrário do PS, PSD e CDS, «o Programa Eleitoral do PCP consagra a Escola Pública Democrática como modelo mais avançado e moderno, mais justo e mais fraterno».
«Defendemos um sistema educativo centrado numa escola pública de qualidade, gratuita, independente do grau de ensino, a reorganização da rede escolar que responda às necessidades de toda a população. Reafirmamos o carácter supletivo do privado. Exigimos a estabilidade e valorização do corpo docente de todas as escolas, bem como dos demais trabalhadores. Reafirmamos a necessidade de um regime justo de vinculação, bem como a revogação do regime de requalificação. Pretendemos a aprovação de modelos de avaliação dos estudantes, assentes em princípios de valorização da avaliação contínua. Reclamamos a aprovação de um modelo de financiamento público do ensino artístico especializado», sublinhou.
No Ensino Superior, «consideramos fundamental assegurar o carácter unitário do Sistema de Ensino Superior Público. Um sistema único, integrado, com soluções organizativas diferenciadas e âmbitos de intervenção pedagógica diversos. O estabelecimento de um plano estratégico de investimento do Ensino Superior Público que eleve o financiamento público das instituições, a supressão do pagamento das propinas, o reforço da Acção Social Escolar, o reforço da rede de centros de investigação, a valorização dos docentes e a criação de uma efectiva carreira do investigador, transformando as sucessivas bolsas pós-doc em contratos a tempo inteiro».
Cultura
Em Coimbra, o Secretário-geral do PCP acentuou que «a Cultura é um valor insubstituível de desenvolvimento, de libertação e emancipação individual, social e nacional», tendo reafirmando a necessidade de reservar, no imediato, 1 % do OE para a Cultura, chegando ao 1 % do PIB (Produto Interno Bruto) no final da Legislatura.
A CDU defende, de igual forma, um Ministério da Cultura com os meios financeiros e humanos que permitam o cumprimento das suas funções; o alargamento da rede pública do ensino artístico; o estabelecimento de modelos de contratação justos e adequados à realidade laboral; a implementação de uma política fiscal em defesa das artes com a existência de um IVA escolar para crianças em idade de formação e a diminuição dos bilhetes dos espectáculos para a taxa mínima; a defesa da Cultura, do património e da língua como forma de salvaguarda e promoção da identidade e da independência nacionais.
«Os avanços que conseguirmos na democratização cultural produzirão efeitos necessários no desenvolvimento económico-social e será factor de democratização da sociedade», disse Jerónimo de Sousa.